Era noite de sexta-feira, 20 de março de 98, quando um carreta transportando 20 toneladas de GLP (gás de cozinha) na rodovia que liga Cuiabá a Rondonópolis (MT) explodiu na Serra de São Vicente. Quatro pessoas morreram e pelo menos dez ficaram gravemente feridas. José Antônio das Neves, com 65% do corpo queimado, foi levado para o Pronto Socorro de Cuiabá com poucas chances de sobreviver.
A explosão destruiu completamente sete carretas e atingiu ainda quatro carros. O fogo provocado pela explosão atingiu uma área de 100 metros de cada lado da carreta e continuou por mais de uma hora, destruindo a vegetação. O tráfego na rodovia ficou interrompido até 3 horas da madrugada e duas longas filas, de mais de 20 quilômetros, formaram-se nos dois sentidos da pista.
Dois corpos ficaram totalmente carbonizados. No Pronto Socorro de Cuiabá foram atendidos Fernando Lira, Elias Castro Rocha, Genivaldo Nunes Araújo, Tomás Fernandes Lira, José Antonio das Neves e Elismair Borges de Souza. Plínio de Almeida Farias foi encaminhado para o PS de Jaciara e, Carmem Rosane Ferreira, com fraturas nas pernas e braços, foi atendida em Rondonópolis. A Santa Casa de Misericórdia e antigo Hospital Santa Cruz também receberam feridos.
O caminhoneiro Fernando Lira, 18 anos, única vítima liberada no PS de Cuiabá, disse, ao deixar o hospital que não se lembrava como o acidente aconteceu. “Foi como uma explosão atômica”, comparou. O motorista Luiz Passos, que presenciou a explosão, contou ao repórter Adilson Rosa, do Diário de Cuiabá, que pensou que o mundo estava acabando. “Nunca tinha visto isso na minha vida”.
Genival, conhecido pelo apelido de “Jaú”, presidente da Câmara de Nova Brasilândia (MT), Elias Castro Rocha e o assessor José Antônio das Neves, de apelido “Zé Piolho”, estavam num veículo gol no momento da explosão. Elias morreu dois dias depois e jaú seis. Zé Piolho, com pouquíssimas chances de sobreviver, teve a vida salva no Pronto Socorro de Cuiabá, onde ficou 4 meses internado.
De alta, retornou para Nova Brasilândia, onde semanas depois contraiu uma infecção. Ficou internado numa clínica particular da Capital por mais dois meses e depois foi transferido para o Hospital Tatuapé, em São Paulo, onde permaneceu por longos três anos e meio.
Casado com uma jovem de 15 anos e pai de um bebê de um ano, Zé Piolho teve a ajuda material e espiritual de centenas de pessoas que se comoveram com o seu drama. Seu sofrimento provocou campanhas de solidariedade inclusive por parte de anônimos sensibilizados com o desespero de Zé mostrado várias vezes em emissoras de TV.
Em 2000, ainda em São Paulo, já em franca recuperação, lideranças políticas de Nova Brasilândia o convidaram para se candidatar a vereador no município. Zé achou que ainda não estava pronto para voltar. Em 2000 retornou definitivamente para sua cidade e, novamente assediado, aceitou concorrer a uma vaga na Câmara Municipal. Foi eleito com 141 votos. Em 2008 foi eleito novamente, desta vez com 158 votos.
Zé Piolho, hoje com 42 anos, continua casado, e não economiza palavras para agradecer o apoio da esposa, e com a família maior (teve mais dois filhos), em entrevista exclusiva para o Blog da Sandra Carvalho, lembra o horror da tragédia, a dramática recuperação, as marcas pelo corpo, o apoio da família, a solidariedade de amigos e desconhecidos, a importância da religião e manda um recado para quem está enfrentando problemas na vida.
Emocione-se vendo entrevista completa neste vídeo.
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ESSE CARA É UM HERÓI,E RECONHECEDOR DOS APOIOS DOS AMIGOS E PRINCIPALMENTE DOS FAMILIARES, ISSO É UM EXEMPLO DE VIDA PARA TODOS NÓS, PRINCIPAMNETE QUANDO ELE SE REFERE A DEUS E AS FORÇAS ESPIRITUAIS!