A incontinência fecal afeta mais mulheres e pessoas com idade avançada, conforme explica o coloproctologista  Mardem Machado, responsável técnico do instituto de Gastro e Proctologia Avançado (IGPA). A doença, quando ocorre acidentalmente ou de modo crônico, pode causar constrangimentos e perda da qualidade de vida.

A incontinência pode ocorrer por diversos fatores e não é incomum que uma pessoa possa ter perda do conteúdo intestinal. “Como estamos vivendo mais, a dimensão do problema cresce”, declara o coloproctologista.

Os sintomas que caracterizam a incontinência fecal é a incapacidade de conter o conteúdo retal, gerando escape de gases, fezes ou secreção mucoide (transparente), na roupa ou no protetor (fralda). Aqueles que sofrem do problema se sentem inseguro de sair de casa e acaba prejudicando seu convívio social e conjugal.

“O diagnóstico é clínico, cabendo ao especialista investigar causas locais ou sistêmicas que possam desencadear ou agravar a incontinência fecal. Mulheres de meia idade, com história de múltiplos partos vaginais, com incontinência urinária estão no maior contingente de pessoas afetadas”, informa Mardem Machado.

Cirurgias na região do ânus (como cirurgia para hemorroidas, fístulas, fissura anal, etc.) também podem causar trauma, alterando a estrutura anatômica dos músculos responsáveis pela continência (esfíncteres). Cirurgias do intestino grosso e reto, períneo, aplicação de radioterapia, também podem dar início a um quadro de incontinência fecal.

“Doenças do próprio intestino que se acompanham de diarreia, podem provocar episódios de incontinência, mesmo em pacientes com musculatura anal normal. Mais raras, mas não menos importantes, doenças do sistema nervoso central ou metabólicas como diabetes, também podem causar ou contribuir para a incontinência”.

Diagnóstico e tratamento

Mardem Machado explica que os exames mais comuns para investigar a causa e orientar ao melhor tratamento são eletromanometria ano-retal, ultrassonografia endoanal, eletroneuromiografia do nervo pudendo e, por vezes, cinedefecografia.

As formas de tratamento vão de fisioterapia à cirurgia. O paciente deve romper a barreira da vergonha e buscar um médico em busca do controle e cura para o problema.

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