Antes de falarmos objetivamente sobre a gestão de pessoas na UFMT nos últimos 8 anos, e aqui queremos destacar os técnicos-administrativos como uma de nossas prioridades, importante fazer a seguinte contextualização:
A gestão de pessoas no contexto universitário, particularmente em grandes instituições, abrange uma complexidade operacional e estratégica notável. Para ilustrar a magnitude desse desafio, consideremos o panorama na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde a gestão de pessoas engloba a administração de mais de 97 processos mapeados, a conformidade com mais de 500 legislações, decretos, normativas e orientações de órgãos de controle, além da tramitação anual de mais de 40 mil processos em suas unidades. Administrar mais de 3.800 trabalhadores e gerenciar um dos maiores orçamentos do centro-oeste, que se aproxima de 900 milhões de reais anuais apenas para a folha de pagamento, ressalta o peso da responsabilidade e a complexidade da tarefa.
Agora, vamos aos fatos:
Demos um salto ao criarmos a Pró-reitoria de Gestão de Pessoas, um avanço nunca visto nos últimos 50 anos e que veio ao encontro de uma luta dos servidores.
Apesar das dificuldades impostas pelo contexto econômico e pela limitação de recursos, houve avanços significativos e um diálogo constante em diversos fóruns. Iniciativas como a oferta de programas de mestrado para técnicos, capacitações focadas em desenvolvimento, liderança, saúde e qualidade de vida demonstram o compromisso da universidade com a melhoria contínua. Essas ações refletem um investimento substancial em recursos humanos e infraestrutura:
– Investimento em programas de mestrado ultrapassando 1,5 milhão;
– Aquisição de equipamentos de segurança por quase 300 mil;
– Capacitação da equipe para revisão de laudos médicos e visitas aos campi, totalizando quase 30 mil;
– Ações de capacitação aproximando-se de 400 mil;
– Recarga de extintores de incêndio, com investimentos na ordem de 300 mil.
Sob a nossa gestão, a UFMT alcançou marcos notáveis entre os anos de 2021 a 2023, destinando recursos sem precedentes para iniciativas voltadas aos trabalhadores da universidade. Esses esforços não só evidenciam um comprometimento com a inclusão e a acessibilidade, mas também com a valorização e o bem-estar dos servidores. Ainda que haja espaço para melhorias e expansões nessas áreas, os avanços realizados até o momento são testemunhos do que é possível alcançar, mesmo diante de restrições orçamentárias.
A UFMT serve, portanto, como um exemplo de como as instituições de ensino superior podem e devem priorizar a gestão de pessoas, especialmente em aspectos tão vitais quanto a inclusão e a acessibilidade, garantindo um ambiente de trabalho e de aprendizado mais acolhedor e eficiente para todos.
É possível fazer mais? Sim, adiante é possível avançar muito mais.
Evandro Soares é reitor da UFMT.