Comum em bebês meninos, a fimose é o excesso de pele que recobre o pênis e dificulta que a glande (cabeça do pênis) seja exposta. De acordo com o urologista Newton Tafuri, que integra a equipe da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, caso não desapareça ou seja removida ao longo dos anos, a fimose pode provocar problemas no desempenho sexual e até mesmo câncer de pênis.
Há dois tipos de fimose. A fisiológica é a mais comum e existe desde o nascimento. A fimose secundária pode surgir em qualquer idade e ocorre depois de infecção ou traumatismo no local.
“A fimose infantil tem cura. Não são em todos os casos que ocorre a necessidade de uma cirurgia ou outra forma de tratamento. Ela pode se resolver naturalmente. Por outro lado, temos a fimose que acontece após repetidos episódios de infecção na pele ou na glande. Isso pode ocorrer em qualquer idade”, explica Tafuri.
O problema pode ser tratado à base de corticoides, que possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antibióticas. Isso facilita com que a pele deslize sobre a glande. Há também a cirurgia. Ela é indicada quando outras formas de tratamento não resolvem o caso.
“Durante a cirurgia podemos remover completamente a camada de pele que cobre a glande do prepúcio ou realizar um ou vários cortes na pele. Isso pode ser o suficiente para que a pele impeça a retirada da glande”, esclarece o urologista.
O médico ressalta que a cirurgia não é uma saída para todos os casos, depende de cada um deles.
O diagnóstico da fimose é realizado apenas pelo exame físico, durante avaliação clínica, com um médico urologista. No caso dos bebês, a primeira verificação é realizada ainda quando recém-nascido, mas faz parte de todas as consultas com o pediatra até os cinco anos.
O doutor Newton Tafuri ressalta a importância de se buscar auxílio médico. Todos os cuidados devem ser tomados, pois além do risco ao câncer de pênis, a fimose pode provocar outras complicações. Um dos exemplos é a interferência na atividade sexual, comprometendo até mesmo a fertilidade, visto que dificulta a saída do sêmen.
“Se o homem tem fimose isso aumenta os riscos por causa da dificuldade de limpeza da região. Isso pode ocasionar dor durante as relações sexuais, tem maiores chances de contrair DST (Doenças Sexualmente Transmissiveis), tem risco de desenvolver uma parafimose, que são os casos de quando o prepúcio fica preso e não volta a recobrir a glande. A fimose também aumenta os riscos para infecção urinária”, alerta o especialista.
O tratamento deve ser realizado conforme orientação médica.