Escapar urina durante um espirro ou correr para ir ao banheiro e não conseguir conter a urina no caminho são sintomas de incontinência urinária.
A explicação é do urologista Newton Tafuri, que faz parte do corpo clínico da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde e aproveita este dia 14 de março, Dia Mundial da Incontinência Urinária, para esclarecer que o problema tem cura para a maior parte dos casos, mas é preciso procurar ajuda médica.
Estima-se que a chance de apresentar incontinência urinária após os 70 anos seja 4 a 5 vezes maior do que na faixa etária de 20 a 40 anos. Dr. Newton Tafuri, que é presidente da seccional da Sociedade Brasileira de Urologia de Mato Grosso, cita dois principais tipos de incontinência urinária, que são a de esforço e a de urgência.
“A incontinência urinária aos esforços é a queixa de perda urinária ao fazer esforços, como tossir, espirrar, carregar pesos ou levantar-se. É causada pelo enfraquecimento do esfíncter urinário e das estruturas – ligamentos e músculos – que sustentam a uretra e a bexiga”, detalha.
Ter muitos filhos ou ter se submetido a cirurgias ginecológicas, de acordo com o especialista, são fatores que podem enfraquecer essas estruturas e aumentar o risco de desenvolver incontinência urinária.
Em mulheres, a incontinência aos esforços corresponde a cerca de 40 a 70% dos casos de incontinência. Em homens é rara e tem como principal causa as cirurgias prostáticas, que podem enfraquecer o esfíncter urinário.
Já a incontinência urinária de urgência é a queixa de perda de urina acompanhada ou precedida pela sensação de urgência para urinar. “A pessoa sente uma vontade repentina e incontrolável de urinar e não consegue chegar a tempo ao banheiro. Geralmente, a pessoa urina com grande frequência durante o dia e mesmo durante a noite, o que pode comprometer o sono”.
Dr. Newton Tafuri observa que este tipo de incontinência também recebe o nome de bexiga hiperativa e, na maior parte das vezes, não há uma causa aparente.
Doenças neurológicas aumentam o risco desse tipo de problema, incluindo lesão medular, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, Parkinson e outras. Homens com hiperplasia benigna da próstata também podem apresentar esse problema A avaliação deve sempre afastar a existência de outros problemas na bexiga, tais como infecção urinária, pedra ou tumores.
A prevalência da bexiga hiperativa é de cerca de 5% dos homens e mulheres com menos de 40 anos e até 35% da população acima de 70 anos.
Tratamento
O tratamento para a incontinência urinária inclui mudanças comportamentais e de estilo de vida como evitar excesso de líquidos, realizar micções periódicas, tratar constipação e outros problemas clínicos como diabetes e obesidade. Também pode incluir a fisioterapia para o assoalho pélvico e bexiga.
Existem também medicamentos eficazes e com baixa chance de efeitos colaterais, notadamente para casos de incontinência de urgência e para homens com problemas prostáticos.
Destacam-se os tratamentos atuais da incontinência urinária em mulheres através da colocação de fina faixa sob a uretra (chamada cirurgia de sling), a aplicação da toxina botulínica na bexiga para casos de incontinência de urgência e o implante de um marca-passo da bexiga (neuromodulador). Nos homens com incontinência urinária de esforço (na maioria das vezes após cirurgia de próstata), as cirurgias de sling ou implante de esfíncter artificial.
Em casos mais complexos ou que não tiveram boa resposta ao tratamento conservador, há vários tipos de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, isto é, de baixo risco e rápida recuperação, a exemplo da neuromodulação sacral, que é um moderno e o mais abrangente método para o controle de distúrbios do assoalho pélvico, como as incontinências urinária e fecal.
O urologista Newton Tafuri concluiu o curso neuromodulação sacral em dezembro passado, em Porto Alegre (RS), e está em fase de seleção de pacientes em Mato Grosso.