Foi tensa a sessão que votou e aprovou na segunda-feira (14) a criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar denuncias contra o prefeito Júlio Ladeia (PR). Por causa dos ânimos exaltados, os trabalhos foram suspensos por quase uma hora.
Ao anunciar o início da votação para escolha dos membros da CEI, a vereadora Vânia Ladeia (PR) sugeriu, via requerimento, que antes da abertura do procedimento fosse realizada uma consulta a um jurista de notável conhecimento jurídico. Ela também questionou a lisura do procedimento, observando riscos de interesse político na CEI.
Em seguida, o vereador Celso Ferreira (DEM) pediu para discutir a matéria, o que foi negado pela presidência sob alegação de que já não mais cabia discussão em virtude da instauração do procedimento já ter sido aprovado. Ferreira chegou a qualificar a abertura do procedimento como “golpe político”.
Ao mesmo tempo, o presidente da casa, Miguel Romanhuk, defendeu a instauração da CEI como sendo uma obrigação do Legislativo em função da gravidade das denúncias e da necessidade de uma resposta à população local.
ESCÂNDALO – A ação civil pública referente ao episódio conhecido como “Escândalo da Saúde” foi protocolada no fórum da comarca no dia 12 de maio deste ano. Nela são denunciadas irregularidades na gestão da saúde pública de Tangará da Serra a partir de termo de parceria firmado com o Instituto Idheas, oscip contratada sem licitação pelo Executivo Municipal em outubro do ano passado para gerenciar as unidades de saúde do município e o Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
O esquema foi desmantelado após auditoria da CGU – Controladoria Geral da União – e intervenção da Polícia Federal no município, no mês de abril, quando ocorreram prisões e apreensões de materiais e documentos. A ação provocou rescisão contratual entre o município e a organização.
O prefeito de Tangará da Serra, Júlio César Ladeia (PR), é apontado pelo Ministério Público como mentor do esquema. Além do afastamento e bloqueio de bens do prefeito, o MP pede também o afastamento do vice-prefeito José Jaconias da Silva (PT).
Em outra esfera do poder público, o Legislativo, também foram denunciados por improbidade com pedido de afastamento e bloqueio de bens os vereadores Celso Ferreira (DEM), e os vereadores Haroldo Lima (DEM) e Genílson Kezomae (PR). O suplente de vereador Celso Vieira (PP) e o atual secretário de Infraestrutura do município, Paulo Porfírio (PR), que na época compunham o Legislativo, também figuram entre os citados. (com Diário da Serra e Parecis Net)
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