Texto e Fotos: Cleverson Veronese – Top News
A população de Aripuanã, no extremo noroeste de Mato Grosso, local viu a chegada da UHE Dardanelos como saída para o desenvolvimento da região que gira entorno da Madeira, mas eles reclamam que estão sendo ignorados e o desrespeito é total em relação às belezas naturais, que com o passar do tempo estão desaparecendo, um exemplo disso é a cachoeira das Andorinhas que em anos anteriores nunca ficou com o volume de água reduzido.
Para o caminhoneiro Jurandir Mendonça, que faz frete a mais de 10 anos para Aripuanã, a revolta em ver a situação dos pontos turísticos do município. “Sempre levo fotos das paisagem daqui do município pra mostrar aos meus parentes que moram no Sul, e nunca vi esse Salto das Andorinhas tão seco, principalmente porque ainda esta chovendo muito na região” enfatiza Jurandir.
Com aproximadamente 19 mil habitantes, o município de Aripuanã, que tem como principal fonte de renda o extrativismo de madeira e pecuária, possui um grande potencial turístico inexplorado. Nesse sentido, um grupo de moradores tenta reativar o conselho de turismo que há muito tempo está parado, com intuito de desenvolver o ecoturismo, tendo as cachoeiras como cartão postal da cidade.
As belezas e exuberâncias das águas do rio Aripuanã, rio Branco e das cachoeiras das Andorinhas e Salto dos Dardanelos, viabilizam a prática de atividades radicais como as atrações esportivas de trilha, boiacross, rafting, caving, rapel, arborismo, ecoturismo e outros. Aripuanã ainda tem como diferencial, o potencial das florestas amazônicas que além das águas, pode-se trabalhar muito com a cultura indígena (Cinta-Larga e Araras).
Considerado um município onde o turismo é basicamente de aventura, a cidade torna-se um santuário preservado pela natureza. Para valorizar ainda mais a vinda do turista à Aripuanã, a pista do aeroporto foi pavimentada, proporcionando ainda mais que empresas aéreas se instalem aqui, lembrado que no momento somente uma empresa faz linha até Cuiabá.
De acordo com o sociólogo e guia regional, José Gomes do Santos, o grande cartão-postal são os balneários, complexos de diversas cachoeiras, que tem em média 130 metros de altura e um volume enorme de águas. “devemos cobrar um pouco mais da gestão pública com a participação da iniciativa privada e sociedade organizada, na manutenção dos pontos turísticos e divulgar nossa riqueza, primeiramente distribuir cartilhas aos moradores para a valorização de nossos patrimônios em seguida expandir na região”.
Salto das Andorinha (Imagem tirada no mesmo periodo do ano, antes e depois da construção das usinas)
Barragem da PCH Faxinal
Já o grupo de aventureiros Aripuanã Radical, mesmo com os benefícios sociais que o município recebeu com as construções das usinas, o meio ambiente e a população não tiveram nenhuma importância para eles. “As condições de garantia do turismo e lazer antes prometidas, nunca foram cumpridas, nossa equipe trabalha em prol da população, pois ajudamos nos salvamentos de vidas”, pontua Robson líder do grupo.
“É impressionante como deixaram chegar a esse ponto nossas belezas naturais, cadê as autoridades para fiscalizarem esse desrespeito com o meio ambiente, e agora uma empresa privada com fins lucrativos quer proibir a população de visitar a ilha que possibilita o acesso à cachoeira Dardanelos, não temos muitas opções de lazer, a empresa vai ampliar a geração de energia e quem sofre é a comunidade! Onde fica nosso direito de ir e vir? Eu quero continuar visitando as nossas trilhas!”.
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