A pediatra e patologista Natasha Slhessarenko, da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, realizou uma live com a pediatra paulista Ana Maria Escobar, onde discutiram e orientaram sobre o retorno das aulas e o uso de máscaras em crianças, durante este período de pandemia e isolamento social causado pelo novo coronavírus.

Ana Maria Escobar foi professora de Slhessanrenko e atualmente é consultora do programa Bem-Estar, da TV Globo, e membro editorial de revistas que abordem a saúde infantil.

Durante a live, as médicas comentaram sobre os riscos que há caso as aulas comecem a retornar presencialmente. Escobar diz que é notável que as crianças aparentem não se infectar com o vírus, mas estudos demonstram que elas estão assintomáticas.

“As crianças apresentam poucos sintomas, muitas são assintomáticas, mas elas estão cheias de vírus. Elas estão pegando e transmitindo. Então quando ela vai para a escola, sem qualquer sintoma, com a temperatura corporal em 36°C, pode não estar tudo bem e tem muitas pessoas em contato com aquela criança na escola”, diz a médica.

Slhessarenko complementa que “quando a pandemia começou as escolas e as creches fecharam e as crianças ficaram protegidas dentro de casa. Eram os adultos que saiam e eram o veículo transmissor. Abrir essas escolas e creches me causam uma grade preocupação com o emocional e como aumento do número de casos que a gente já vê em outros lugares e eu não tenho dúvidas de que isso vai acontecer”.

Ana Escobar diz que esse é o momento de cuidar do emocional das crianças. Com um retorno às aulas, elas sabem sobre a pandemia e podem se sentir responsável caso acabem levando o vírus para dentro de casa e contaminando pessoas queridas.

“São muitas variáveis que devemos colocar nesse cenário. Tem que ter um cuidado com as crianças, com os professores, os colaboradores e suas famílias. Não da para discutir nesse momento de tantas incertezas e novas descobertas”, declara Slhessarenko.

Uso de máscara em crianças

Pediatras Ana Escobar e Natasha Slhessarenko orientam sobre cuidados com crianças e Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas crianças acima de 12 anos devem usar máscara como um adulto, pois já teriam maturidade para entender os cuidados com o item de proteção. As médicas discordam e comemoram que a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o uso para crianças a partir dos dois anos de idade.

“Essa recomendação da OMS foi por conta do aspecto psicológico das crianças. Eles estão levando em conta de que as máscaras poderiam incomodar as crianças, elas ficariam mexendo, puxando e manuseando, o que aumenta o risco de contaminação. Só que nos consultórios nós percebemos que as crianças usam bem a máscara, ao contrário dos pais”, relata Ana Escobar.

Ambas as pediatras comentam que já notaram que as crianças, se bem orientadas, usam as máscaras tranquilamente, mesmo quando muito pequenas. Mas quando observam os pais, são eles que ficam mexendo, arrumando no nariz e falam estar incomodados.

Sobre crianças menores de dois anos, as pediatras orientam que deve ser pensado muito bem se há a necessidade daquele bebê sair de casa, mas também deve-se evitar o manter apenas isolado em casa. Ou seja, tem que ter um equilíbrio.

“Essas crianças devem sair de casa em situações especiais. Elas não precisam ir no supermercado, na farmácia ou no shopping, mas elas também não podem ficar confinadas dentro de casa. Hoje tem parque e praças abertas. Levem as crianças para brincar, elas podem mexer na areia, na água, nas pedras, correr, subir em árvores…”, indica Escobar.

Slhessarenko e Ana Escobar esclarecem que caso seja necessário que a criança vá a determinados ambientes, que elas fiquem protegidas no colo, ou melhor, em carrinhos com a cobertura de plástico fechada.

Mas a principal recomendação é de que os pais tem que se organizar para que as crianças tenham esse período ao ar livre, principalmente em contato com a natureza.

Assista a live na íntegra:

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