Resultado da mutação do novo coronavírus, a Covid-19 tem diversos sintomas que podem confundir médicos e pacientes, dessa forma atrasando o diagnóstico e o tratamento como esclarece o médico de família Germano Alves, de Mato Grosso.
Os sintomas da doença, de modo geral, lembram muito os de uma gripe e podem ser confundidos com a dengue, como dores nos olhos e dores no corpo.
“Os sintomas são variados e podem incluir dor de cabeça, dor nos olhos, conjuntivite, dor na altura entre as escápulas. Alguns pacientes também tem se queixado de dor na região lombar das costas e de fraqueza, uma sensação de febre, a famosa febre interna”.
Dr. Germano Alves também explica que há pacientes que sentem muito cansaço. Não necessariamente falta de ar, mas uma vontade de não querer fazer nada no dia a dia, além de queixas de tontura, tosse seca e febre.
Diversos pacientes também podem apresentar nariz escorrendo ou entupido, incômodo na garganta, como uma faringite, diarreia, ou aumento no número de evacuações durante o dia, náusea, vômito e falta de ar.
“Lembrando que a pessoa não precisa ter todos esses sintomas. Nos sintomas iniciais a falta de ar não é algo bem perceptível. É mais como uma sensação de que não consegue encher muito bem o peito. Então não é uma falta de ar muito bem estabelecida”.
O médico destaca que há pacientes que também podem apresentar a perda de olfato e paladar, que não é uma característica comumente presente em outras doenças. Isso, no contexto da Covid-19, segundo ele, é um fator importante para realizar o diagnóstico.
“Reforço que não precisa estar presente todos esses sintomas para fazermos o diagnóstico da Covid-19 e iniciar o tratamento. Os sintomas podem ser leves no início e isso pode fazer os pacientes acharem que estão com outras doenças, como rinite, sinusite, ou crise de enxaqueca ou dor nas costas”.
Ele pontua que na presença de dois ou mais desses sintomas é importante buscar auxílio médico.
Orientação sobre os testes
Dr. Germano Alves ressalta que é um equivoco realizar o teste rápido no primeiro ou segundo dia dos sintomas, como muitos estão fazendo.
“O teste rápido serve para saber a situação de imunidade da pessoa contra o vírus. Ele não é para ser feito nos primeiros dias dos sintomas, mas em torno do sétimo e décimo dias. Se for feito muito antes disso, ele certamente trará resultado negativo”.
Realizar o exame no período errado provavelmente dará a falsa impressão de que o paciente não tem a Covid-19 e, segundo o médico de família, se a pessoa apresenta sintomas, ela deve fazer o PCR, exame do cotonete, que busca por ‘pedaços’ de RNA do vírus no nariz do paciente.
“O paciente também pode fazer o teste do antígeno, que também busca a presença do vírus no nariz. Ele tem sido feito em algumas redes. Não está completamente validado, mas é um bom teste. Pela bula ele tem uma boa sensibilidade. O melhor é que o resultado sai na hora”.
Aos indivíduos que já tiveram os sintomas e querem saber se era covid-19 ou não, Dr. Germano explica que o paciente deve buscar saber sua imunidade contra o novo coronavírus. Isso pode ser realizado através do teste rápido ou da sorologia.
“O teste sorológico tem uma sensibilidade um pouco maior do que o teste rápido. Caso não esteja com pressa para saber se você já teve ou não a covid-19, recomendo que faça o teste sorológico, que tira o sangue, manda para o laboratório, em dois dias sai o resultado e é mais barato que o teste rápido”, orienta.
Cuidados com a proliferação do vírus
Especialistas recomendam uma série de cuidados para que seja evitando a contaminação em massa do novo coronavírus, como Natasha Slhessarenko, pediatra e patologista, representante de Mato Grosso no Conselho Federal de Medicina (CFM).
A médica explica que é necessário compreender que participar de encontros, reuniões e festas, expõem não só a pessoa à doença, mas os que vivem com ela dentro. O indivíduo passa a carregar o vírus consigo.
“Manter o isolamento social, junto de medidas como higiene pessoal, toalete respiratório, de distanciamento social, do uso de máscaras de proteção individual, todas essas são medidas que devem ser feitas”.
Slhessarenko observa que é importante não se manter contato com idosos e outros pacientes com fatores de risco.
“Ainda não é o momento de encontrar, se abraçar e se beijar. Vamos fazer as coisas com cautela para que consigamos vencer e evitar uma segunda onda dessa epidemia”, finaliza a médica.