Doenças simples, como um resfriado ou virose, podem se tornar casos graves diante do clima quente e seco que Mato Grosso e outras regiões enfrentam durante essa época do ano. Clóvis Botelho, pneumologista e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), integrante da equipe da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, alerta que a queimada de lixos domésticos também libera substâncias cancerígenas.
O médico explica que durante esse período do ano há um aumento nos atendimentos médicos por conta de doenças respiratórias e os pacientes são principalmente crianças e idosos.
“As crianças tem um sistema imaturo de defesas no aparelho respiratório. E os idosos já não têm mais essas defesas intactas. Ao longo do tempo, ou por doenças, os idosos vão perdendo isso. São doenças como diabetes, cardíacas, renais ou o fumo que acabam agravando o sistema imune daquela pessoa e os idosos sofrem”.
Botelho explica que quanto maior o nível de poluição em uma localidade, ela atinge com maior impacto as pessoas que estão expostas na região. Ele lembra que Mato Grosso também sofre pelo aumento das queimadas.
O professor diz que ao se inalar as partículas da poluição e das queimadas com o ar, elas vão se depositar nas vias aéreas e causar lesões.
“Essas lesões podem desencadear inúmeras doenças e infecções. A umidade relativa do ar também está muito baixa e juntando com tudo isso o aparelho respiratório é agredido”.
O especialista diz que o organismo humano, as vias respiratórias, tenta colocar umidade no ar respirado. Caso ele não chegue bem úmido, fica difícil ocorrer a troca gasosa no corpo. Ou seja, ele conta que isso significa passar o oxigênio do ar ambiente para a circulação sanguínea e retirar o dióxido de carbono do organismo.
“Essa é a função primordial da vida e nessa época do na o organismo tem que trabalhar dobrado”, diz Clóvis Botelho.
Ele também alerta para as queimadas domésticas, ou seja, quando as pessoas queimam o próprio lixo. “Além da queimada da massa orgânica, que seriam as folhas, estão queimando papel e plástico. Isso acaba jogando no ambiente substâncias tóxicas e muitas delas são conhecidas como cancerígenas”.
Entre as doenças provocadas ou agravadas por essas questões apontadas, o professor cita rinite, sinusite, bronquite, laringite e pneumonia. “Um processo inicial que poderia ser benigno, uma virose ou um resfriado simples, pode se transformar em algo mais grave. Estudos tem mostrado o efeito da poluição e a mortalidade por doenças cardiovasculares nessa época de poluição é muito maior do que os dias menos poluídos”.
Para se proteger ou minimizar os efeitos causados, o médico diz que o ideal é não produzir queimadas e evitar ambientes poluídos. Em relação a umidade do ar, ele fala que se for possível é importante ter um umidificador de ar por perto e o uso de soro fisiológico nas vias nasais.
“Mas o mais importante é tomar líquido, bastante líquido. A hidratação do organismo é que vai levar água para as células e minimiza o sofrimento da via aérea. Se a recomendação normalmente é tomais dois litros de água, nessa época do ano tem que tomar mais. Hidratação de dentro para fora é melhor do que a de fora para dentro”.
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