Pessoas infectadas pelo novo coronavírus (covid-19) devem manter o isolamento social rigoroso até que esteja curada, mesmo que os sintomas da doença sejam leves. Isto porque, de acordo com a médica e patologista Natasha Slhessarenko, o vírus fica ativo no corpo dois dias antes de começar a manifestar os sintomas e dura até 14 dias após essa manifestação.

Os principais sintomas da covid-19, de acordo com a especialista, são a coriza, dor no corpo, na cabeça e na garganta, tosse, mal estar, febre, diarreia e náusea.

“A partir do momento em que o individuo apresenta sintomas, ele está eliminando o vírus. Mesmo em pacientes sem os sintomas, também pode ocorrer essa eliminação”.

Slhessarenko observa que pessoas que não apresentam sintomas transmitem o vírus, mas menos do que os sintomáticos. Isso ocorre porque o vírus é transmitido através das gotículas da saliva, tosse, espirro e coriza.

“Se o indivíduo não apresenta sintomas, ele não vai expelir as gotículas, mas ele pode coçar o nariz e colocar a mão em algo e isso vai deixar o vírus naquele lugar. Quando outra pessoa colocar a mão, ela pode ser infectada”, explica Slhessarenko.

A médica também esclarece que pacientes com quadros mais graves da covid-19 tem uma maior carga viral e transmitem por mais tempo o vírus. Pessoas entubadas, em ventilação mecânica, com ajuda de aparelhos, passam mais tempo eliminando o vírus e demoram mais para começar a produzir anticorpos. Foi detectado que esses pacientes têm um atraso para criar imunidade.

Sobre isolamento e exames

Natasha Slhessarenko destaca que as recomendações do Ministério da Saúde são de que só é seguro sair do isolamento 14 dias após o início dos sintomas e três dias sem qualquer sintoma.

“O que faz o individuo poder sair do isolamento não é um resultado de exame, mas sim a presença ou não de sintomas”, ressalta.

Slhessarenko diz que não é importante realizar um teste para saber se o paciente está curado da covid-19. Quando o paciente apresenta os sintomas é realizado o teste de eleição, que é o PCR ou o teste rápido.

Em ambos os exames o material é coletado com um cotonete na narina. Ele é feito preferencialmente em indivíduos que estão entre o segundo e o sétimo dia de sintomas. Quando os sintomas passam, é possível realizar a sorologia, coleta comum do sangue, para saber se o paciente desenvolveu os anticorpos da doença.

“O PCR é uma técnica que amplifica um pedacinho do vírus, portanto não precisa do vírus inteiro para o resultado ser positivo. Se o paciente testar positivo após uma, duas ou três semanas após o fim dos sintomas, pode ser apenas restos virais que não causam mais a doença”, informa a especialista

Esse é o motivo da médica não recomendar um novo exame para saber se ainda se está doente, mas ela recomenda para ser feito a busca por anticorpos três semanas depois do fim dos sintomas.

“O teste que der positivo para anticorpos não garante que o individuo esteja imune, apesar de alguns estudos indicarem isso. É importante ressaltar que a doença e nova e há muito para ser descoberto”, finaliza.

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