Pronto Socorro tem único Centro de Tratamento
de Queimados do Centro Oeste (Fotos: Sandra Carvalho)

As declarações de intergrantes da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) em relação à estrutura do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) provocaram a reação imediata do ex-secretário de saúde Luiz Soares. “Se interditarem o Pronto Socorro, como serão salvas vidas de milhares de pacientes de todo o Estado?”, questiona ele.

Ontem (16), técnicos da FPI, logo após o término de vistoria no Pronto Socorro, apontaram diversos problemas estruturais na unidade, a maior referência em urgência e emergência do Estado. Deram nota zero para a questão da acessibilidade, anunciaram risco de explosão e ameaçaram interdita-lo. Além disso, questionaram a aplicação dos cerca de R$ 5 milhões de recursos do Qualisus para a reforma.
“O prédio é antigo, da década de 80. E para entrar em funcionamento, recebeu aval do CREA e dos Bombeiros”, lembra Soares, lamentando que autarquias federais como o CREA estejam querendo ganhar espaço na mídia, “para suprir sua inoperância”.
O ex-secretário ressalta, por outro lado, que o Pronto socorro “está cansado” e que para resolver o seu problema somente o Governo construindo em Cuiabá um hospital estadual focado nos serviços de média e alta complexidade,  deixando o pronto socorro somente para urgência e emergência.
Luiz Soares, ex-secretário
de Saúde de Cuiabá
Soares diz não entender porque a FPI, que segundo ele nem existe legalmente, não inspeciona também prédios e serviços privados, contribuindo para criar uma opinião de que os serviços públicos são ineficientes.
“Além disso, eles só atuam em Cuiabá e Várzea Grande, sem qualquer ação no interior de Mato Grosso”, ressalta o ex-gestor, indo além: “Será que os prédios onde funcionam esses órgaos e entidades que integram a FPI estão dentro das normas técnicas ou se escondem atrás da fachada?”, pergunta.
Sobre o CREA duvidar da aplicação dos R$ 5 milhões, ele lembra que a verba não foi investida apenas em obra física, mas na aquisição de equipamentos.
“Quem é a FPI pra fazer este tipo de questionamento e pra querer interditar uma unidade que,a pesar das deficiências, salva centenas de vidas?”, finaliza Luiz Soares, que hoje é membro do Movimento Saúde e Democracia, criado para defender o fortalecimento do Sistema Único de Saúde em Mato Grosso. (Sandra Carvalho)
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