Atuando nos músculos do assoalho pélvico, a fisioterapia pélvica realiza exercícios físicos que contribuem com a melhora de diversas disfunções, incluindo o desempenho sexual de homens e mulheres. Nesta semana em que se comemora o Dia dos Namorados, os fisioterapeutas Juliana Miranda e Bruno César, do Centro de Reabilitação Pélvica de Cuiabá, trazem o tema à tona.
Atuando nos músculos íntimos, os exercícios físicos são direcionados ao períneo e toda a região da pelve de homens e mulheres, além de aparelhos com eletroestimulação e biofeedback, técnicas específicas para os músculos locais, vibração e outros.
“O tratamento com a fisioterapia contribui para que haja melhora do conhecimento do próprio corpo, aumentando a percepção corporal e perineal e também a sensibilidade do pênis, ânus e vagina, além de normalizar a lubrificação vaginal, melhorar a ereção e controle da ejaculação do homem, sem contar na melhora do orgasmo e desejo em homens e mulheres”, explica Juliana Miranda.
Ela esclarece que quando estes músculos estão saudáveis “a circulação e inervação estarão íntegras e contribuirão para a saúde local e o prazer de homens e mulheres”.
Com o envelhecimento, as atividades sexuais podem gerar a possibilidade de lesões e alterações nas estruturas locais, com comprometimento na lubrificação, excitação, desejo, ereção, ejaculação, prazer e orgasmo.
A falta de relaxamento desses músculos, segundo os especialistas, pode tornar a penetração vaginal ou anal dolorida, o ensino do relaxamento perineal é recomendado nesses casos, na mulher tem-se o vaginismo e vulvodínia (dificuldade ou impossibilidade de penetração vaginal). As mulheres que sentem dor na volta das atividades sexuais, no pós-parto, também podem se beneficiar com a fisioterapia.
Os fisioterapeutas esclarecem que o envelhecimento, alterações hormonais, gestação, partos, cirurgias locais, alterações posturais, prisão de ventre, uso de drogas, sexo sem adequada lubrificação, atividades de impactos com frequência e sexo com pouca idade, podem alterar o sistema muscular local e comprometer a vida e a saúde sexual.
Bruno César ressalta que sem tratamento, as alterações nos músculos do assoalho pélvico podem causar enfraquecimento local com lesão de nervos, vasos sanguíneos e fáscia. A longo prazo, podem ser alteradas as funções que estes músculos exercem.
“Os órgãos pélvicos podem se deslocar para baixo (ex. bexiga baixa), pode haver incontinência urinária ou fecal, dificuldade em defecar (prisão de ventre), má postura, dores antes, durante e após o parto, e dificuldade de expulsão no parto vaginal, assim como comprometimento na vida sexual”, diz Bruno.
Para evitar e prevenir lesões, homens e mulheres devem ter os músculos íntimos saudáveis, ou seja, não podem estar tensos ou flácidos, e sim com um tônus normal, adequada circulação, sensibilidade, força e elasticidade.
“Músculos saudáveis terão maior resistência contra os fatores que podem ocasionar lesões que ocorrem durante a vida, ou se houver lesão os mesmos terão melhor recuperação”, completa Bruno César.