A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para novos casos de câncer de colo de útero é de 16.590, em todo o Brasil. Em uma palestra realizada no último sábado (14), no Hospital São Judas Tadeu, em Cuiabá (MT), a ginecologista Sharon Cristine Paroneto de Sousa explicou que este câncer é causado pela infecção Papilomavírus Humanos – o HPV . O vírus pode ser 100% tratado até cinco anos antes do câncer, mas as mulheres precisam realizar os exames preventivos.
A médica informou que os principais tipos de câncer que afetam as mulheres são os de mama, intestino e colo do útero. Os vírus HPV infectam a pele ou as mucosas. A infecção é muito frequente e 100% das lesões provocadas são curadas, caso sejam diagnosticadas no início.
O vírus é transmitido por contato direto com a pelo ou a mucosa infectada, mas a principal forma é sexualmente. Isto é, contato oral-genital, genital-genital ou manual-genital. Não é necessário que ocorra penetração anal ou vaginal para seja transmitido.
Sharon Sousa explicou que a prevenção para a doença é simples e obrigatória para todas as mulheres acima de 25 anos ou após o início da vida sexual. O diagnóstico é realizado através do exame Papanicolau, também conhecido como preventivo ou citologia oncótica.
Segundo a ginecologista, menos de 40% das mulheres realizam esse exame periodicamente e mais de 30% dos resultados não são analisados por nenhum médico. O exame é feito através de uma simples coleta de material do colo do útero e deve ser feito anualmente até os 65 anos, por um profissional capacitado.
Com o preventivo sendo realizado periodicamente, as lesões pré-malignas podem ser diagnosticadas entre dois a cinco anos antes do início do câncer.
A infecção pode não demonstrar nenhum sintoma, mas também pode apresentar verrugas nos órgãos genitais. Esses sintomas podem desaparecer sozinho, mas a recomendação é de que um médico seja procurado.
Sobre vacina e prevenção
As vacinas que previnem o vírus HPV é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicada para meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Além de pessoas transplantadas na faixa etária de nove a 26 anos.
Oportunidade
Margarida Alencastro, de 52 anos, é moradora do Jardim Imperial e paciente do Hospital São Judas Tadeu há cerca de 10 anos. Anualmente ela faz o exame preventivo. Neste último foi constatado um pele em seu útero e o tratamento está sendo feito com medicamentos. Caso evolua, poderá ser submetida a uma raspagem.
“Estou seguido certinho a medicação que a Dra. Sharon passou e se Deus quiser não vou precisar da raspagem”, disse a dona de casa, dando exemplo que cuidado com a própria saúde ao realizar o exame preventivo anual. Margarida disse, ainda, ter ficado muito satisfeita com a palestra. Ela saiu do Jardim Imperial para participar da atividade no hospital, localizado no Jardim Califórnia.
Mãe de dois adolescentes, Paula Regina Alberto, moradora do CPA 4, assistiu a palestra. Ela, que estava como acompanhante do marido internado no Hospital São Judas Tadeu, interagiu bastante com a médica. “Tirei várias dúvidas sobre HPV e vou orientar meu filhos”, afirmou.