O Peladão, o maior campeonato de futebol amador do Centro Oeste, promovido pela Prefeitura de Cuiabá, em sua 6ª edição, não seria mais um campeonato amador e seu regulamento seria anti democrático e anti-desportista. A reclamação parte de dirigentes que acompanham o Peladão nesses seis anos e se dizem revoltados e tristes com os rumos que o evento vem tomando em Cuiabá.
Carlos Alberto Oliveira, o Kaká, lamenta a “profissionalização do futebol amador” e ainda hoje lembra que a sua equipe Amigos 100%, que levou os dois primeiros títulos de campeã do Peladão, tenha deixado de competir na sua terceira edição justamente por causa disso.
Ele conta que até 2007 o regulamento proibia a inscrição de atletas profissionais no campeonato. “Meu time perdeu nos pênaltis para o Family que entrou em campo com um atleta profissional nessa partida. Tentamos recorrer, mas fomos impedidos. O pior é que na semana anterior, o próprio Family recorreu contra o Morro pelo mesmo motivo, e teve o direito de permanecer no campeonato”.
Rogério Varanda, que este ano entrou com a equipe Mimoseanos, não hesita: “Pessoas sérias, que investem e defendem o futebol amador, não são valorizadas”. Ele diz que sua equipe foi injustiçada ao deixar, nas oitavas de final, o campeonato. “Nosso time tinha capacidade para enfrentar qualquer grande de Cuiabá. É uma pouca vergonha o que estão fazendo com o Peladão”, acrescenta o dirigente.
Outra reclamação é quanto ao fato dos recursos serem julgados de forma secreta e também do regulamente proibir que as equipes recorram das decisões. O advogado Benedito Rubens Amorim, confirmou que em 2008 e 2009, fazia parte voluntariamente do Conselho Disciplinar do Peladão, juntamente com os advogados, Luiz da Penha e Marcondes Novack. Porém, revela que estranhamente nesta 6ª edição tenha chegado apenas um recurso para o conselho avaliar. “Se houveram mais recursos, não foram submetidos ao Conselho”, observa.
E o que torna ainda mais complicada esta situação  que tanto Benedito Rubens de Amorim quanto o Dr. Marcondes Novack, que é procurador junto à OAB/MT, negam que tenham sido convocado e/o participado de qualquer julgamento de Protesto nesta 6ª Edição e nem estão sabendo deste em questionamento,  e até mesmo se continuam ou não fazendo parte deste Conselho, responsáel por dirimir e julgar estas questões.
Claudio Kiesqui, coordenador do Peladão, garante que os dirigentes dos dois times em questão nos recursos podem participar do julgamento e que este teria a participação do Conselho Disciplinar. “Não fazemos mais na presença de público por medida de segurança”, justifica, confirmando que o regulamento proíbe que os times recorram da decisão do Conselho.
“Nem parece que estamos num país democrático. Isso se chama ditadura”, rebate Kaká, dirigente do Amigos 100%. Para Kaká, o Peladão acabou. “Decidimos não participar mais do campeonato porque ficamos decepcionados. E não retornaremos enquanto o Peladão for conduzido desta maneira”, afirma o dirigente, fazendo questão de dizer que continua sendo um grande defensor do futebol amador.
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