O ex-prefeito Roberto França lamenta que até o Baile da Cidade não seja mais realizado e que o Carnaval esteja em segundo plano
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Os escombros do Sayonara (Foto: Sandra Carvalho) |
Os tradicionais clubes sociais de Cuiabá praticamente não existem mais. Alguns escombros ainda podem ser encontrados ou prédios depredados, num desrespeito à história da cidade e à memória daqueles que contribuíram para escrever a biografia da vida social da capital de Mato Grosso.
Praticamente no centro de Cuiabá, o Clube Dom bosco é o retrato do abandono. Fundado no dia 4 de janeiro de 1925, o clube foi palco de animados bailes, de inesquecíveis carnavais e ainda construiu uma importante história no futebol mato-grossense. “Na verdade, o Dom Bosco é o único time de futebol que possui sede própria”, observa Paulo Emílio Magalhães, que não esconde a tristeza por ver o prédio que tantas alegrias proporcionou a Cuiabá se deteriorando.
“Está horrível. É de cortar o coração”, diz o dombosquino, procurando respostas para o fato das autoridades não se mobilizarem para resgatar a sede. “O Dom Bosco deveria ser revitalizado e devolvido à cuiabania. O clube, na verdade, pertence a Cuiabá”, salienta ele, acreditando que o local também poderia ser transformado num importante ponto de visitação durante a Copa 2014.
O Sayonara, no Coxipó, também é motivo de saudade daqueles que sabem valorizar a vida social como instrumento de qualidade de vida. O colunista social Carlinhos Corrêa ainda hoje é um apaixonado pelo clube, que reunia pessoas da sociedade cuiabana, dos mais simples aos mais abastados.
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Clube Dom Bosco abandonado. Um desrespeito a Cuiabá (Foto: Sandra Carvalho) |
O apresentador, deputado estadual e ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França faz referências saudosistas ao Sayonara e ao Clube Dom Bosco. E cita ainda o antigo Grêmio Antônio João e o próprio Clube Feminino. “Não temos mais as tradicionais matinês e nem um lugar para reunirmos a velha guarda”, observa França, lamentando que até o Baile da Cidade, criado na sua gestão à frente da Prefeitura de Cuiabá, não exista mais. “Idealizamos o evento com o objetivo de resgatar a história do carnaval cuiabano, mantendo viva a nossa cultura”, lembra o ex-prefeito, observando que o carnaval de Cuiabá já foi o melhor do Centro Oeste e hoje está cada vez pior. “Espero que a prefeitura reveja esta posição e retome o Baile da Cidade”, pondera.
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Carnaval no Clube Dom Bosco |
E o advogado Benedito Rubens completa: “Esse baile, coordenado com dedicação pela primeira dama Iraci França, tinha também um importante cunho social porque a renda era usada para comprar objetos para suprir, por exemplo, a cozinha de creches e escolas”. Ele ainda lembra que seu avô José Natividade de Araújo, juntamente com Joaquim de Assis, foram um dos fundadores do Clube Dom Bosco ao lado de padres salesianos.
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Luiz Airão e Vera Fisher no Sayonara |
Todos também são unânimes em lembrar do Clube Náutico, na vizinha Várzea Grande, que fechou depois de reunir durante décadas pessoas de todas as idades para momentos de muita alegria. “Temos clubes que continuam com as portas abertas, mas não realizam mais eventos como antigamente”, acrescenta Benedito Rubens, a exemplo do Cuiabá Tênis Clube, do Clube da Caixa e mesmo o Clube de Subtenentes e Sargentos.
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Boa noite Sandra, muito legal tudo que escreveu sobre o clube Dom Bosco, agora estamos passando por um momento impar, onde a sede está sendo reformada, depois desse legado que a empresa Morar Mais irá deixar, só dependerá de nós cuiabanos, sabermos aproveitar e dar continuidade nesse grand eprojeto. Contamos com sua ajuda para aglutinar cuiabanos e ajudar a reerguer essa tradição de nossa cidade.
Att, Fábio Assis
prestaserv@terra.com.br