Visivelmente revoltado com a falta de gerenciamento dos serviços públicos de saúde em Mato Grosso, o médico Arlan Azevedo Ferreira, presidente do CRM/MT é taxativo: “Temos a proposta de fechar a UTI do Júlio Muller. Aquilo ali é um lixo. Não estamos aqui para proteger este ou aquele hospital. Não temos partido político. O nosso compromisso é com a vida”.
Os problemas com leitos de UTI podem ser maiores do que o cenário registrado no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, onde a situação é bastante precária e os indícios são de má gestão, aliada ao baixo financiamento do SUS. A informação é de que também no Hospital Universitário Júlio Muller vários leitos estariam sem condições de funcionamento e a indicação do Conselho Regional de Medicina (CRM/MT) é para que seja interditada.
Arlan Azevedo faz questão de esclarecer que não é porque trabalha há anos na instituição que iria deixar, como presidente do CRM, de denunciar situações precárias. Não podemos ficar olhando pessoas morrendo no Pronto Socorro. O próprio Júlio Muller, que de sanatório foi transformado em hospital em 1945, não recebeu os investimentos necessários”, frisa o presidente, considerando inadmissível que numa UTI faltem equipamentos básicos que custam pouco mais do que R$ 10, mas que podem levar um paciente a morte se faltar.
Ele relata que no ano passado, leitos da UTI infantil foram desativados pela falta de um aspirador de secreções. O preço do material é inferior a R$ 100. Segundo reportagem de hoje do jornal A Gazeta, os médicos chegaram a cogitar a interdição do espaço, já que não tinham como prestar os cuidados necessários aos doentes, muitos deles em coma induzido.
Azevedo assegura que os médicos ficam sem alternativa e como a maioria das famílias com doentes no local é carente, elas não têm como exigir o direito delas. Na avaliação do presidente do Conselho, a situação é de caos, já que a falta de produtos une-se com a superlotação da unidade hospitalar. Os corredores ficam lotados de pacientes, muitos acomodados em colchões no chão.
O presidente desabafa que todos os dias recebe algum tipo de denúncia de profissionais do PS devido à falta de materiais e estrutura.” Eles usam o improviso para salvar vidas. A condição da saúde no Estado é reflexo da falta de investimentos, que não acompanhou o aumento da população”.
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