O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM/MT) confirma, em matéria publicada na edição de domingo de A Gazeta, o que o Blog da Sandra Carvalho publicou em 10 de janeiro passado, há dois meses: “Fila triplicou um ano e meio depois da Justiça obrigar hospitais a operar pacientes do SUS em MT”.
O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Arlan de Azevedo, ainda conta que mais de mil pessoas esperam por um exame de biopsia no Estado. Há casos de solicitação de 2008. Sem diagnóstico, um câncer que podia ser curado, acaba expandindo e gerando a morte ou mutilação do doente.
Para ele, todas as “mazelas” do sistema de saúde apareceram após o fechamento do Pronto-Socorro de Várzea Grande. Todos atendimentos de urgência e emergência foram transferidos para Cuiabá, que não tem condições de assumir. O resultado, conforme Azevedo, é pessoas nos corredores e “mendigando” assistência no PS de Cuiabá.
Ele analisa que a situação da unidade ficou em evidência devido à quantidade de denúncia de mortes pela falta de atendimento. Mas, o que não tem como mensurar é a quantia de pessoas que acaba morrendo por falta de cirurgia.
As equipes de urgência e emergência do PS passaram a operar mais e não havia lugar para receber os pacientes durante o período de observação nas enfermarias. Então, eles foram transferidos para rede conveniadas, que atenderam a demanda de leitos de retaguarda.
A consequência da ação foi a redução das cirurgias eletivas e o aumento do risco de infecção, explica Azevedo. Com a capacidade de lotação máxima, a lavanderia e a cozinha têm dificuldade em atender a demanda e fazer todas a desinfecção necessária. Outro ponto é a limpeza das enfermeiras, que fica comprometida com a circulação de um grande número de pessoas.
O presidente do CRM acredita que o “caos” foi gerado pela carência de investimentos em Saúde, que não acompanhou o aumento da população. Ele argumenta que a falta de leitos de retaguarda foi diagnosticada há 5 anos e nenhuma providência foi tomada pelo Estado.
Projetos como a construção do Hospital da Mulher e da Criança, do Hospital Regional e da reativação dos antigos hospitais particulares São Thomé e Modelo ficaram apenas no anúncio, lembra Azevedo.
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