Em busca de melhorias no atendimento aos pacientes, a Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, com sede em Várzea Grande (MT), região metropolitana de Cuiabá, traz uma nova cápsula endoscópica para Mato Grosso. A versão da tecnologia permite agora um recurso novo, que é a cápsula biodegradável (patência) naqueles indivíduos com suspeita de estreitamento intestinal e possível parada da cápsula tradicional.
O gastroenterologista e endoscopista Roberto Barreto, que é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia em Mato Grosso (Sobed-MT), conta que a cápsula endoscópica é utilizada desde 2001 nos Estados Unidos da América (EUA) e veio para Cuiabá em 2002 por meio de uma parceria entre o Centro de Endoscopia Cuiabá(CEC), no complexo Cedic/Cedilab, e o serviço de endoscopia do Hospital 9 de Julho em São Paulo.
O método, segundo Barreto, é padrão ouro na investigação de patologias do intestino delgado, em especial nos sangramentos de origem indeterminada (SGOI) que cursam com anemia crônica e doença de Crohn.
A cápsula endoscópica adotada pela Clínica Vida (Vida Endoscopia) para intestino delgado e cólon é associada à cromoendoscopia virtual, muito útil em pacientes que não conseguem, por várias razões, realizar uma colonoscopia.
“O paciente ingere uma pílula, que na verdade é a cápsula endoscópica dotada de uma microcâmera, e ela vai fotografando em alta velocidade o tubo digestivo, em especial o intestino delgado (fino) e, mais recentemente, o cólon (intestino grosso)”.
O endoscopista Thiago Secchi, do Hospital 9 de Julho, de São Paulo (SP), um dos precursores da tecnologia no Brasil, acompanhou o primeiro procedimento na Vida com a cápsula endoscópica, realizado com sucesso na última sexta-feira em uma paciente de 24 anos diagnosticada com doença de Crohn, que é uma doença inflamatória intestinal (DII).
Segundo ele, o intestino delgado era a última barreira que havia na endoscopia para avaliação até o surgimento da cápsula endoscópica.
R“Isto porque o intestino delgado tem a sua particularidade. Ele está longe da boca, então os aparelhos não são compridos o suficiente para avaliar. Ele está longe do reto, da parte anal, então também é difícil de avaliar. Ele é longo, tem de três a sete metros, dependendo do biotipo do paciente”, detalha.
A cápsula capta até seis fotos por segundo durante o período que varia entre oito a dez horas de gravação. As imagens são transmitidas via rádio frequência, em tempo real, por um gravador pendurado na cintura do paciente.
Terminado esse procedimento, o paciente retorna à clínica, devolve o equipamento, é feito o download das imagens captadas e automaticamente gerado um vídeo a partir do qual o endoscopista faz a leitura e emite o laudo final.
A grande vantagem da cápsula, segundo Thiago Secchi, é que ela pode ser considerada uma ‘endoscopia fisiológica’, porque o paciente não sofre, não tem sedação e não há invasão do endoscópio, e o paciente tem o intestino avaliado levando a sua rotina normal.
O endoscopista Roberto Barreto comemora o sucesso do procedimento e, principalmente, a disseminação da tecnologia em Mato Grosso. Ele lembra que durante muitos anos o Centro de Endoscopia Cuiabá (CEC), do qual é responsável técnico, já vem ajudando médicos e seus pacientes no diagnóstico de doenças que podem ser difíceis de serem descobertas, e agora este conceito se estende à Clínica Vida.