A Prefeitura de Campinápolis decretou estado de calamidade pública em março de 2011 (acatado dia 20/04 pelo Governo do Estado) sob a alegação seria o alto índice de mortalidade infantil de crianças Xavante. Acontece que o genocídio denunciado em novembro do ano passado também seria resultado da má gestão dos recursos federais repassados ao município para serem investidos na atenção básica à saúde indígena.
A suspeita de desvio de recursos inclusive está sendo investigada em inquérito policial. São quase R$ 3 milhões por ano que chegam aos cofres da prefeitura anualmente para garantir assistência a saúde dos Xavante. Apesar da cifra milionária, 37 crianças indígenas morreram em 2010 por falta de assistência básica à saúde, vítimas de doenças como pneumonia, diarreia e verminose.
De acordo com a Controladoria Geral da União, em Mato Grosso foram desviados pelo menos 14 milhões de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o que representaria 10% da verba total de 2010.
O alto índice de mortalidade entre crianças indígenas vem ocorrendo há vários anos e somente em janeiro deste ano, após a denúncia vir a tona, o Ministério da Saúde resolveu enviar técnicos até Campinápolis para apurar a situação e adotar medidas para reestruturar os escritórios locais da Funasa. O Ministério da Saúde ainda liberou R$ 2milhões para combater a mortalidade infantil indígena na região.
O secretário de Saúde João Ailton Barbosa disse que o dinheiro desviado faz falta. Apesar da prefeitura ter se regularizado junto à União, o município continua sem infraestrutura de saneamento. Barbosa destaca que um dos convênios era para a construção de mais de 90 sanitários para pessoas de baixa renda na zona urbana, o que nunca aconteceu.
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