Centenas de exemplares de livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação ao município de Nortelândia foram parar no lixo, quando poderiam estar sendo aproveitados nas bibliotecas das escolas municipais, ou mesmo em creches, associações de moradores, promovendo a cultura e a cidadania.
O flagrante feito pela equipe de jornalismo da Rádio Regional FM, de Nortelândia, reflete o descaso do poder púbico com a educação. Até porque a informação é de que os livros foram jogados no lixo pela própria Secretaria de Educação do município.
Alguns exemplares inclusive ainda estão embalados, em perfeitas condições de uso. Indignada, a jornalista Aline Ferreira escreveu o artigo abaixo:
Onde está a sua EDUCAÇÃO?

Dentre as mais sábias frases de Monteiro Lobato, sem dúvida uma das mais notórias menciona, que, “um país se faz com homens e livros”.
Num país onde se diz, delibera abusivamente que o ano só inicia após o carnaval e em cada quatro anos, começa depois que termina a Copa do Mundo e conhecemos o mais novo campeão mundial de futebol, faço inúmeros questionamentos e imagino platonicamente que bom seria dizer que, o ano iniciasse juntamente com o ano letivo, onde os nossos filhos retomam a grata rotina diária de aprendizagem, de grandes conhecimentos e companheiros para toda a vida, de bons convívios com amigos que podem durar por toda a vida e pelos seus mestres…
Interessante mesmo seria, se os verdadeiros companheiros dos nossos “pequenos grandes heróis” fossem os livros.
Ah, o livro… o livro é de fundamental importância para o desenvolvimento das sociedades e para o crescimento intelectual do indivíduo. É ele que permite ao ser humano registrar fatos importantes da sua história e repassar tais fatos às sociedades posteriores.
Além da importância de levar o conhecimento de geração a geração, o livro tem uma importância fundamental na disseminação do conhecimento em uma mesma geração. É o acesso a esse conhecimento que possibilita ao indivíduo o crescimento tanto intelectual quanto o financeiro.

Em país de um povo que sonha em um dia ser de um país mais digno, de primeiro mundo, constatamos um verdadeiro crime de ordem pública, livros didáticos e de literatura em pleno “lixão”, muitos ainda embalados, cedidos e enviados pelo Ministério da Educação – FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e PNLEM ( Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio) para o município de Nortelândia, interior do estado de Mato Grosso.
A informação extra-oficial que se tem é, que os livros foram “jogados” pela própria secretaria de educação e que sem muitas delongas os lançou em um local onde as pessoas não teriam a oportunidade de tomá-los em mãos e deter o conhecimento, em um local muito diferente de uma sala de aula, na qual muitos nesse exato momento, queriam apenas a oportunidade de ter um exemplar daqueles milhares para se entreter em novas historias.
O que esperar de um povo que infelizmente é “manipulado” por gestores que agem dessa forma, que nos roubam a chance de aprender?
O que esperar desses gestores que articulam dessa maneira e se diz ser representantes do povo?
E os representantes do povo? Eu lhes pergunto caros leitores, cadê os tais? E se de fato são representantes, por que não se apresentam como? Por que não lutam pelos meus e os seus interesses já que a educação é um direito constitucional?
O que será que a população desse município que teve os seus livros jogados no lixo pode esperar dessa classe política?
São perguntas que infelizmente não querem calar e que também não nos deixam responder. A maioria deles porque não tem a oportunidade de lidar melhor com as palavras, de não saber lidar na organização das idéias.
Infelizmente, se nada for feito, nem digo mais por parte das autoridades, digo por nós mesmos, sociedade organizada, mostrando a força que de fato temos, nos encontraremos, todos nós, no mesmo lixão em muito pouco tempo.
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Anônimo
Anônimo
12 anos atrás

Não é de hoje que esta prática de jogar fora livros didaticos intactos, dentro das embalagens originais, vem sendo praticada em todo o Brasil. E está certamente não será a última. Antigamente o livro didatico, que era adquirido pelos pais, era passado de irmão para irmão, durante seis, oito anos. Por exemplo: Matematica de Arí Quintela. Todos que têm mais de 50 anos lembram dele. O irmão que mudava de série cedia o livro ao outro irmão(ã) que estava ascendente na escola. Mas hoje os teóricos falam mal de livros assim. Dizem que existem as diferenças regionais (principalmente nos livros… Read more »

Leo Fernandes
12 anos atrás

Minha nossa! Esse é o único tesouro real na vida de uma pessoa o "conhecimento" e o próprio MEC faz isso? Não tem palavras para explicar um ato desse, deviam ser punidos como verdadeiros ladrões é isso sim "ladrões de sonhos e realidades de alguém"….

Anônimo
Anônimo
12 anos atrás

ONDE É ISSO ???
CIDADE ???

Anônimo
Anônimo
12 anos atrás

Indignada com essa situação dos livros…
Parabéns a jornalista Aline Ferreira.