Em meio às incertezas em torno da pandemia do novo coronavírus, é fato que a taxa mais alta de mortalidade está entre as pessoas mais idosas, particularmente aquelas que já têm problemas de saúde.
De acordo com o urologista Newton Tafuri, de Mato Grosso, especialidade que atende muitos idosos, se as pessoas com mais de 60 anos forem infectadas, existe mais probabilidade de elas adoecerem gravemente, com risco de morte, mesmo que o seu estado geral seja bom.
“Pessoas mais velhas com problemas de saúde correm um risco ainda maior devido a um sistema imunológico que debilita com a idade”, pontua.
Quem tem diabetes, por exemplo, dificulta o combate da infecção, e doenças pulmonares ou cardíacas também tornam difícil para esses órgãos atenderem à demanda criada por uma infecção grave de COVID-19.
“Problemas de saúde limitam a reserva existente e levam a resultados piores quando idosos ficam gravemente doentes, o que sobrecarrega todos os órgãos”, especifica o urologista.
Diante deste quadro, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) orienta que pessoas com mais de 60 anos, sobretudo se tiverem diabetes, hipertensão ou problemas respiratórios, cardiológicos, renais ou neurológicos, restrinjam o contato social.
Esta orientação também vale para indivíduos em tratamento de câncer ou que estejam com a imunidade comprometida, bem como todos aqueles com mais de 80 anos ou que tenham sinais de fragilidade.
“Ou seja, devem evitar aglomerações, festas, eventos públicos e viagens, assim como contato com pessoas que viajaram nos últimos dias ou tenham sintomas suspeitos e cabe à família ter este cuidado com seus idosos”, ressalta o médico
Caso um idoso tenha sintomas suspeitos, o conselho do Dr. Newton Tafuri é que a família não corra com ele para uma unidade de pronto atendimento. “No cenário ideal, o atendimento deve ser feito em domicílio, o que evita a exposição nos serviços de saúde. O indivíduo deve procurar atendimento médico caso tenha febre, tosse, falta de ar, cansaço excessivo e ou confusão mental”.
No caso de idosos que convivem com cuidadores, se esses profissionais apresentarem sintomas de gripe, devem passar a evitar na mesma hora o contato com seus pacientes.
Da mesma forma, pessoas que vivem em instituições de longa permanência, por apresentarem muitas vezes alto risco de complicações, devem ser cercadas de cuidados e cautela.
A redução nas visitas e atividades em grupo e a adoção de medidas intensivas de higiene são algumas das recomendações básicas, mas Dr. Newton Tafuri lembra que mesmo em casa os idosos devem manter bons hábitos, como dormir um número suficiente de horas, comer de maneira saudável e fazer exercícios.
Orientações para todos
Dr. Newton Tafuri, reproduzindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), cita as medidas mais eficientes para prevenir a infecção pelo coronavírus:
– Higienizar com frequência as mãos usando água e sabão ou álcool em gel (70%);
– Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca;
– Evitar apertos de mão, abraços e beijos quando cumprimentar as pessoas;
– Se espirrar ou tossir, cobrir o nariz e a boca com o cotovelo flexionado ou lenço descartável, que deve ser jogado fora em seguida;
O médico alerta que mesmo aquelas em boas condições e de qualquer idade devem tomar precauções. “Esse é um momento de esforços individuais e coletivos para conter a pandemia de coronavírus”, pondera Dr. Newton Tafuri.